Você já ouviu aquele ditado “quem precisa mais de quem?” Pois bem, essa parece ser exatamente a visão de Donald Trump sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos. Em uma conversa com jornalistas nesta segunda-feira (20), o presidente americano não economizou palavras ao falar sobre o Brasil e o Brics. E como sempre, sem rodeios.
Na ocasião, Trump afirmou que pretende manter “uma grande relação com o Brasil”, mas deixou claro que, na sua visão, essa relação é mais vantajosa para o lado brasileiro. “Eles precisam de nós. Nós não precisamos deles. Todos precisam de nós”, disparou, sem cerimônia.
O contexto da declaração foi uma pergunta sobre a posição dos Estados Unidos em relação ao Brics. O grupo, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (e recentemente expandido para dez países), tem buscado maneiras de fortalecer o comércio internacional sem depender do dólar. Essa iniciativa, segundo Trump, seria uma ameaça direta à moeda americana. Sem perder a oportunidade, ele mandou um recado direto: “Não há como fazer isso. Vão desistir”. E ainda minimizou a importância do bloco: “Deve ter uns seis ou sete países”, disse, ignorando a ampliação recente.
O presidente Lula, que atualmente ocupa a presidência rotativa do Brics, por sua vez, tentou adotar um tom mais diplomático. “Não queremos briga com ninguém. Nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia. Nós queremos paz, harmonia, uma relação onde a diplomacia seja o mais importante”, declarou.
Mas Trump não se limitou ao Brics. Ele também aproveitou para comentar sobre a Venezuela e a possibilidade de endurecer sanções contra o país. Segundo ele, o governo americano pode interromper a compra de petróleo venezuelano em breve. “Vamos parar de comprar. Não precisamos”, afirmou.
A declaração não passou despercebida e já gerou repercussão no cenário internacional. Enquanto Trump continua sendo uma figura polêmica na política americana, suas falas costumam ditar o tom das relações entre os países, e essa não foi diferente. Agora que ele retornou ao poder, o que esperar das relações entre Brasil e EUA?