Uma conta que não fecha… e um rombo de R$ 14 bilhões.
A situação da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) acendeu um alerta vermelho no Congresso. Diante de um prejuízo bilionário em 2024, o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) quer que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dê explicações na Câmara sobre essa bomba financeira que caiu no colo dos aposentados do Banco do Brasil.
Na quarta-feira (12), Silva protocolou um pedido de convocação para que Haddad compareça ao plenário e esclareça o que está acontecendo com o fundo de pensão. Se aprovado, o ministro terá presença obrigatória. A pressão só aumentou depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) iniciou uma auditoria na Previ para investigar a origem do déficit astronômico.
Por que Haddad pode ser convocado?
O argumento do deputado é que o Ministério da Fazenda tem papel essencial na fiscalização de entidades que administram recursos de interesse público. Ou seja, se um fundo de pensão do porte da Previ está afundando em déficit, o governo precisa dar satisfações. “Torna-se imperativa a convocação do senhor ministro Fernando Haddad para prestar esclarecimentos sobre os fatos que motivaram a crise na gestão da Previ”, justificou Gilberto Silva.
Para ele, o mais importante é entender quais medidas estão sendo tomadas para evitar que situações semelhantes se repitam e prejudiquem milhares de aposentados que dependem do fundo.
A articulação política por trás do caso
A convocação ainda precisa passar pelo plenário, mas o tema já está movimentando o Congresso. Na terça-feira (11), o próprio Gilberto Silva já havia enviado um pedido de informações diretamente a Haddad, questionando os detalhes dessa crise. Outros deputados, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) e Daniela Reinehr (PL-SC), também entraram na discussão com requerimentos semelhantes.
Porém, antes de qualquer definição, os pedidos precisam ser analisados pela Mesa Diretora da Câmara, que pode acatar ou rejeitar as solicitações dentro do prazo de cinco sessões. Quem ficará encarregado de controlar essas respostas é o primeiro-secretário da Casa, deputado Carlos Veras (PT-PE).
A possível CPI no horizonte
Desde que o TCU deu sinal verde para a auditoria na Previ, a oposição no Congresso viu uma oportunidade para ampliar a pressão. Um dos planos é reunir apoio suficiente para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e investigar não só a Previ, mas também outros fundos de pensão que podem estar enfrentando problemas semelhantes.
Além disso, o presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, também entrou na mira dos parlamentares. Alguns deles já protocolaram pedidos no TCU para afastá-lo do cargo, argumentando que sua gestão pode ter contribuído para o rombo.
Enquanto isso, a CNN procurou o Ministério da Fazenda para obter um posicionamento sobre os pedidos de convocação, mas ainda aguarda uma resposta oficial.
E agora?
O desdobramento desse caso pode ter impacto direto no futuro da Previ e na confiança em fundos de pensão no Brasil. Se a auditoria do TCU apontar falhas graves, a pressão por uma CPI e até mudanças regulatórias deve crescer ainda mais. Agora, resta saber se o governo conseguirá contornar essa crise ou se terá que encarar um longo e desgastante embate político no Congresso.
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