Quando a conta chega: prefeitura de Birigui encara dívida milionária com fornecedores
Se tem uma coisa que ninguém gosta de receber, é cobrança. Agora, imagine uma prefeitura devendo milhões para fornecedores e tentando equilibrar as contas sem prejudicar os serviços essenciais. Pois é exatamente esse o cenário em Birigui (SP), onde a nova gestão herdou uma dívida astronômica e precisa encontrar soluções para evitar um colapso nos atendimentos públicos.
A prefeita Samanta Borini (PSD) revelou, em coletiva de imprensa na última segunda-feira (6), que a prefeitura deve cerca de R$ 100 milhões para fornecedores. O problema não é novo: os pagamentos estariam atrasados desde maio do ano passado. E o buraco pode ser ainda mais fundo—se considerarmos valores a vencer, a dívida total chega a R$ 180 milhões.
Plano de ação: como a prefeitura pretende resolver isso?
Diante desse cenário complicado, a prefeitura já começou a traçar um plano para tentar organizar as contas. A primeira medida será a criação de uma comissão dentro da Secretaria de Finanças para entender melhor o tamanho do problema e propor soluções.
Entre as ações que devem ser adotadas está a convocação dos fornecedores para discutir um parcelamento da dívida. “Vamos fazer um levantamento completo e estruturar um plano para negociar com cada fornecedor”, explicou a prefeita. A ideia é encontrar uma forma de quitar pelo menos parte do valor devido sem comprometer completamente o orçamento municipal.
Paciência e confiança: o apelo da gestão
Dívida milionária, orçamento apertado e pressão dos credores—não é um desafio pequeno. Diante disso, o vice-prefeito Marcelo Parizati fez um apelo tanto para a população quanto para os fornecedores. Ele pediu paciência e um voto de confiança, destacando que a solução não virá da noite para o dia.
“A gente não vai conseguir arrumar tudo em um ou dois meses. É um trabalho de gestão. Estamos lidando com R$ 180 milhões de dívida, e nosso orçamento simplesmente não comporta essa carga de uma vez só”, justificou Parizati.
Ele também evitou estipular um prazo exato para regularizar a situação, mas garantiu que a prefeitura está comprometida em resolver o problema o mais rápido possível. “O que podemos afirmar é que vamos trabalhar para solucionar isso, mas precisamos de tempo”, reforçou.
Fornecedores na bronca: risco de paralisação de serviços
Enquanto a prefeitura busca soluções, os credores pressionam. Assim que a nova administração assumiu, na semana passada, alguns fornecedores já avisaram que não irão mais prestar serviços se não receberem os pagamentos em atraso. E isso não é um detalhe pequeno—afinal, a interrupção de serviços pode afetar diretamente a população.
Segundo Parizati, já houve negociações com quatro ou cinco fornecedores que ameaçaram suspender o atendimento. A administração tenta renegociar os débitos, mas sem dinheiro em caixa, a situação é delicada.
Prioridades e desafios
Além dos fornecedores, a prefeitura também enfrenta dificuldades para pagar os salários dos servidores. O pagamento, que antes era feito integralmente, agora será escalonado por falta de recursos suficientes.
“A prioridade neste momento é garantir o pagamento dos servidores. Sabemos que os fornecedores precisam receber, mas precisamos organizar as finanças para manter os serviços funcionando”, explicou o vice-prefeito.
A crise financeira da prefeitura de Birigui não tem solução fácil ou rápida. A nova gestão tenta ganhar tempo e negociar, enquanto fornecedores e servidores aguardam respostas. O desafio agora é equilibrar as contas sem comprometer a cidade. Resta saber se a paciência de todos durará o suficiente para que as soluções apareçam.
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