Quando um cai, outros podem cair junto: entenda o impacto da cassação de Zambelli
A política tem dessas ironias: um escândalo pode ter consequências bem maiores do que se imaginava. No caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) de cassar seu mandato pode acabar arrastando outros nomes de peso da bancada paulista do Partido Liberal. E olha que não estamos falando de pouca gente. Se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantiver a decisão, o efeito cascata pode custar o mandato de até três deputados.
A ação que resultou na cassação foi movida por Sâmia Bomfim (PSOL-SP), alegando abuso de poder e disseminação de desinformação durante as eleições de 2022. Com um placar apertado de 5 votos a 2 no TRE-SP, Zambelli perdeu seu mandato e ficou inelegível por oito anos. Agora, resta a batalha no TSE para tentar reverter a situação.
Quem mais pode cair?
Se a cassação for confirmada, os votos de Zambelli serão anulados. Isso significa que quem se elegeu graças ao seu coeficiente eleitoral pode perder a cadeira no Congresso. Entre os nomes que estão na berlinda, os principais são:
- Tiririca (PL) – Sim, o palhaço mais famoso do Brasil, que sempre brincou com o bordão “pior que tá, não fica”, pode acabar perdendo a vaga justamente por conta da cassação de Zambelli.
- Paulo Bilynskyj (PL) – Delegado e deputado, eleito graças ao coeficiente dos votos da colega de partido, também corre o risco de ficar sem mandato.
- Antonio Carlos Rodrigues (PL) e Luiz Orleans Bragança (PL) – Dependendo do cálculo final, um deles pode perder o assento na Câmara.
A decisão do TRE-SP
O Tribunal entendeu que Zambelli usou suas redes sociais e meios de comunicação para disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral de 2022. Para os magistrados, a deputada teria montado uma verdadeira “teia de desinformação”, influenciando indevidamente a opinião pública. Esse tipo de prática é visto como abuso de poder, o que levou à sua cassação.
A decisão gerou reações imediatas. Para Sâmia Bomfim, autora da ação, a cassação de Zambelli representa um avanço na luta contra fake news na política. “Não podemos permitir que figuras públicas utilizem seu poder para sabotar a democracia impunemente”, declarou a deputada do PSOL.
Por outro lado, Zambelli se manifestou nas redes sociais alegando perseguição política. “Está claro que conservadores estão sendo caçados no Brasil. Esse julgamento não teve base jurídica, mas sim política”, afirmou.
E agora?
Com a decisão do TRE-SP, a deputada já está inelegível, mas ainda pode recorrer ao TSE. Caso o tribunal superior mantenha o veredicto, os votos de Zambelli serão anulados, alterando completamente a composição da bancada paulista do PL na Câmara dos Deputados.
A pergunta que fica é: será que esse efeito dominó vai realmente acontecer? E mais, caso outros deputados percam o mandato, quem entraria no lugar? O PSOL, que protocolou a ação contra Zambelli, pode acabar herdando a vaga.
Nos próximos meses, o julgamento no TSE promete ser um dos temas mais quentes do cenário político. Resta saber se o partido de Bolsonaro conseguirá reverter a situação ou se perderá mais força no Congresso.
Fique ligado, porque esse capítulo da política brasileira ainda está longe de acabar.